FÁBIO MAGALHÃES

Fábio Magalhães (1982, Tanque Novo – BA) vive e trabalha em Salvador. Constrói sua poética a partir de investigações relacionadas às condições humanas, ponto de partida para a criação de metáforas visuais em imagens, objetos e instalações. Seu pensamento artístico está sempre em contato com a pintura, mesmo ao produzir obras tridimensionais. O artista elabora encenações meticulosamente planejadas, capazes de borrar os contornos da percepção e gerir inquietações sobre a realidade. Para tanto, Fábio reúne um conjunto de operações conceituais, históricas e processuais da arte para alcançar uma obra que ultrapassa o habitual e procura iluminar uma consciência adormecida no humano. Uma ambivalência coexistente entre alteridade e o particular das relações humanas, por meio de metáforas criadas a partir de pulsões, das condições psíquicas e substratos de um imaginário pessoal.

Ao longo de sua carreira, o artista realizou uma série de exposições individuais, como O grande corpo, 2011, Prêmio Matilde Mattos/FUNCEB (Galeria do Conselho, Salvador/BA) e Além do visível, aquém do intangível, 2016, curadoria de Alejandra Muñoz (Museu de Arte da Bahia, Salvador/BA) que realizou itinerância na Caixa Cultural de São Paulo (2017) e de Brasília (2018). Em 2011, recebeu o Prêmio FUNARTE Arte Contemporânea/Sala Nordeste. Foi selecionado para o Rumos Itaú Cultural 2011/2013 e em 2015, foi indicado ao Prêmio PIPA.  Sua obra também integrou exposições coletivas, como Convite à viagem – Rumos Artes Visuais 2011/2013, 2012 (Itaú Cultural, São Paulo/SP); O fio do abismo – Rumos Artes Visuais, 2011/2013, 2012 (Belém/PA),; Territórios, 2012 (Sala FUNARTE/Nordeste, Recife/PE); e Espelho Refletido, 2012 (Centro Cultural Hélio Oiticica, Rio de Janeiro/RJ). Participou ainda da coletiva Contraponto – Coleção Sérgio Carvalho, 2017 (Museu Nacional de Brasília/DF) e de 50 anos de realismo: do fotorrealismo à realidade virtual, 2018-2019, exposição itinerante (Centro Cultural Banco do Brasil, São Paulo/SP, Brasília/DF e Rio de Janeiro/RJ).









"A ideia da pintura como esse corpo sensível, essa pele em encarnação, pode se apresentar tanto em obras recentes como em trabalhos anteriores. Como mecanismo de compreensão, Fábio Magalhães no diz que elabora “metáforas criadas de pulsões, das condições psíquicas e substratos de um imaginário pessoal, até chegar a um estado (...) Imagem/Corpo”. Mas, a pintura é, inevitavelmente, corpo. Tal consciência nos foi fornecida por Rembrandt, Cézanne, Rothko, Pollock, Fontana e Lygia Clark. Esta última decretou a morte da pintura como representação para fazer, logo em seguida, apenas superfícies de contato, dispositivos de autoconhecimento. Os trabalhos de Magalhães parecem tentar afirmar que é possível tratar a pintura como superfície de tatilidade. Pata tal empreitada, o artista convida de volta a visão retiniana, quase não nos deixando perceber a porosidade da pincelada, as incertezas dos traços, o limite da ilusão." 

Marcelo Campos



Fábio Magalhães é coevo de uma jovem geração brasileira da pintura, vigorosa e visceral, que exprime uma capacidade do suporte além da sua materialidade fibrosa e que, em geral, concebe o próprio objeto artístico da pintura como realidade espacial incomensurável, por vezes uma pintura instalativa potente que repropõe o lugar onde se mostra. É uma geração de artistas que reposiciona a pintura figurativa, por vezes beirando a iconoclastia dos gêneros tradicionais do retrato, da natureza morta e da paisagem. Instrumentada pelo virtuosismo técnico, é uma pintura que desmonta o factual e o anedótico para revelar aspectos incômodos do cotidiano, tabus e universos psíquicos que, frequentemente, operam como um vórtice sobre o observador."

Alejandra Muñoz

“Quem lança mão de um suporte tão tradicional está sempre sendo rondado pelo risco de o apuro técnico sobrepujar-se sobre as qualidades subjetivas da pintura. No caso de Fábio, o artista engendra uma experiência sensorial em que técnica e poética são complementares. É impossível não se surpreender com o rigor da pintura, é impossível não reagir com o coração. O nosso olho pulsa diante desse sujeito-carne: dilatação e contração, (sístole e diástole), são os movimentos provocados pela força dessas imagens que nos assaltam. "

Gabriela Motta










“A síntese da obra opera num real muito além do real, que se serve do ilusório, do trompe-l’oeil como o instrumento da meditação pictórica. A palavra meditação não deve ser entendida como metáfora ou generalidade. Ela se encontra, essencial, nos processos genéticos da criação. O autor conta que, para chegar às telas poderosas, cria primeiro uma cena, verdadeira performance, que é fotografada. Toma três dessas fotos e as reúne, transfigurando-as graças à pintura. A pintura vence, portanto, já que a performance é efêmera, e as fotos desaparecem, destruídas, ou mandadas para um arquivo inaccessível. Tudo se resolve em pura pintura..."

Jorge Coli
Fábio Magalhães (1982, Tanque Novo – BA) vive e trabalha em Salvador. Constrói sua poética a partir de investigações relacionadas às condições humanas, ponto de partida para a criação de metáforas visuais em imagens, objetos e instalações. Seu pensamento artístico está sempre em contato com a pintura, mesmo ao produzir obras tridimensionais. O artista elabora encenações meticulosamente planejadas, capazes de borrar os contornos da percepção e gerir inquietações sobre a realidade. Para tanto, Fábio reúne um conjunto de operações conceituais, históricas e processuais da arte para alcançar uma obra que ultrapassa hábital e procura iluminar uma consciência adormecida no humano. Uma ambivalência coexistente entre alteridade e o particular das relações humanas, por meio de metáforas criadas a partir de pulsões, das condições psíquicas e substratos de um imaginário pessoal.


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